domingo, 9 de dezembro de 2012

Presidente da Ponte Preta analisa campanha em 2012


O presidente Márcio Della Volpe, da Ponte Preta, esteve na última sexta-feira (7/12) na sede do jornal Correio Popular, de Campinas, ganhador do Troféu Ford Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) em 2012 na categoria de veículo impresso do Interior, para fazer um balanço do ano da Ponte Preta na atual temporada.

Confira no Blog do Futebol Caipira o que o presidente da Macaca falou ao Correio Popular, que também foi aproveitado pelo oficial/PonTV. Bela entrevista ao jornal de Campinas.

Avaliação da campanha

Se computarmos ano inteiro, foi bem satisfatório. Nos campeonatos que disputamos atingimos boas colocações, em que pese termos caído contra o São Paulo na Copa do Brasil. No Paulista, apesar do trauma do dérbi, chegamos longe, fomos para a segunda fase e eliminamos o  Corinthians, campeão da Libertadores. No Brasileiro, cumprimos nossa meta inicial de nos mantermos na série A, em todo o campeonato sempre nos mantivemos longe da zona de rebaixamento. Desta forma foi muito satisfatório o ano de 2012 e temos que projetar um 2013 melhor, atingindo algo a mais.

Permanência de atletas e surpresas

Tínhamos certeza de que o Cicinho ia ficar. Desde sempre sabíamos que haveria investimento na compra dos direitos e ele permaneceria na Ponte. A única grande surpresa foi o Renê Jr., estávamos com uma composição boa para ficar com ele, mas ele tinha um bom negócio no Santos e isso acabou nos frustrando. E agora há essa possibilidade do Luan ir para o Atlético-MG, o  Luan quer, estamos conversando com a equipe mineira. Mesmo assim, estamos mantendo uma boa base para o ano que vem, mais do que em comparação ao ano anterior.


Valorizar jogadores e eventualmente perdê-los

É um risco que se corre, principalmente se você não tem os direitos federativos, corre o risco disso acontecer. Essa é uma linha que queremos para os próximos campeonatos e anos: quanto mais direitos federativos tivermos, melhor, quanto menos você tem, mais se expõe. Neste ano por uma questão financeira, estávamos voltando para a série A e com verbas menores, tivemos que primar pela qualidade, não por garantias. Já a partir de 2013 temos condições de mudar isso.

Luan
Acho que havia uma expectativa do Atlético Sorocaba de que não fossemos exercer o direito de compra de 40%  dos direitos financeiros do atleta que tínhamos em contrato e nós exercemos. Porém o Atlético Mineiro fez uma oferta financeira muito grande para ele e, apesar de termos os direitos, não temos um contrato para o ano que vem e ele pode não querer assinar um novo contrato, aí teríamos que bloquear o jogador na Justiça e isso travaria tudo, não seria bom para nenhuma das partes. Então estamos conversando com o Atlético-MG para fechar uma negociação financeiramente boa para a Ponte, já que o atleta não quer ficar aqui. Acho que as declarações dele sobre querer ir jogar no Atlético foram infelizes, deixaram ele mal com a torcida. Por outro lado o que foi oferecido a ele é fora do padrão para quem jogou seis, sete partidas, isso mudou a cabeça do menino, que não está mais aqui.

Desequilíbrio nas cotas de TV 

Estamos negociando as cotas desde agosto. É um assunto complicado. Veja, estamos sendo muito elogiados porque “mesmo com as cotas foram heróis”, mas a verdade é que a gente anda com uma arma na cabeça o ano inteiro porque recebe um décimo dos outros times. E no meio do campeonato os 18 que fazem parte do antigo clube dos 13 ainda receberam mais aportes, daí o Inter trouxe Forlan, o Botafogo trouxe o Seedorf, aqueles times se reforçaram,  pagaram salários atrasados. Só que esporte tem que ser esporte, não é briga de audiência. Hoje em dia se paga pela audiência, não pelo futebol. Recebemos todos esses elogios pelo nosso desempenho porque fomos intrusos, é quase como se dissessem “parabéns, você não devia estar aqui”. Não poderia ser assim, teria que ser uma competição igualitária, em que os times entrassem com as mesmas forças, não houvesse essa distorção. E isso que estou falando não tem nada a ver com a emissora que paga as cotas, ela é uma entidade privada e pode agir da sua forma. São os clubes e a CBF que deveriam agir, são os clubes que jogam bola.

Deveria haver teto de salário no Brasileiro?

Deveria haver teto de salário e mais reciprocidade entre os clubes, parar com essa coisa de tirar atleta pagando mais.  Essa falta de equilíbrio tira a graça do esporte. A Ponte começou o campeonato sendo apontada como favorita a descenso, porque os que ganham menos são os que tem mais chance de cair.  Aqui no Brasil ainda temos uma alternância entre os campeões, mas veja, o badalado espanhol perde em audiência e em público a cada temporada por causa do desequilíbrio. Ele começa e já se sabe que os campeões serão o Real Madrid ou o Barcelona. Em Portugal é só o Porto. O futebol brasileiro quer se transformar nisso? Começa o campeonato e já se aponta cinco ou seis dentre os quais estão os que devem cair. E o drama que se fez com a queda do Palmeiras, um monte de gente dizendo que não podia cair. Não pode cair por quê? E agora o Palmeiras vai passear na série B, pois ele vai receber 60 milhões para gastar e os outros 2 milhões cada. Os clubes tem que repensar, até porque muita gente pensa já que a grande maioria sofre, temos poucos clubes ricos e muitos pobres. A mudança de conceito tem que ser geral. Algumas coisas tem de ser feitas para valorizar um campeonato, sem times não tem campeonato, então temos que assumir posição.

Meta da Ponte no Paulistão 2013

Você não pode entrar em um campeonato, por mais difícil que seja, sem pensar em ganhar. Um time como a Ponte, um time de torcida, de apaixonados seguidores, não pode entrar com preocupação no Paulista só para se manter ou em busca de titulo do interior. Temos que entrar com o conceito de ser campeão, mesmo que a qualidade técnica do time seja inferior a de outros. Vamos entrar para chegar o mais longe possível, e o mais longe possível é o título.

Resultados da Base e a parceira com a Contra-Ataque

Desde o começo apostamos na parceria, o primeiro passo foi eliminar custos, que eram muito altos. Limpamos tudo e começamos do zero. Nossa expectativa era de que em dois anos começaríamos a ter atletas para o profissional, estamos com um ano e meio de parceria e isso começa a acontecer. O CT de Jaguariuna (Recanto da Macaca) é fantástico. Com base você tem que dar estrutura. Não adianta fazer um CT lindo, com 20 campos de futebol, e não ter escola perto, nada perto. O Jovem tem que estudar,senão conselho tutelar multa o clube,  tem que ter transporte. Em Jaguariúna a escola é na frente, temos alojamentos, aprovamos lei de incentivo para fazer mais melhorias no ano que vem . Aquela área tem de ser a principal da Base da Ponte. Tudo o que fizemos nesta parceria reflete no Alef, que está subindo pro time profissional, no Rossi, que voltou, no Jefferson e o Yan na seleção brasileira.

Formação de atletas da Base para o Profissional

 Em 2015, do goleiro ao volante terão que vir da base. Queremos 50% do time profissional advindo de lá. Não queremos sair ao mercado para pegar um Baraka e um Cléber: Baraka e Cléber terão que sair da base da Ponte. Este é o conceito que queremos. O Kiko (Francisco Marques, diretor das categorias) e o Miguel de Ciurcio estão em cima, o técnico Guto Ferreira gosta muito de desenvolver jogadores da base e isso está ajudando muito. Prevejo um grande sucesso da Base se continuarmos assim.

Reforços para 2013

Tem nomes que se apresentam e que a torcida vai gostar. Não é o Cajá, que até gostaria de  vir, mas tem contrato até 2014 e ganha 280 mil por mês. A não ser que o time chinês pague uma parte, mas já no ano passado nos avisaram que ele só pode vir se pagarmos salário integral, como o time do Japão em que ele atua está fazendo. Portanto só se ele rescindisse o contrato e quisesse ganhar menos. Sabemos que a torcida adora nomes de peso, mas muitos deles custam 200 mil, 300 mil, outros que até perdem jogo da final, mas custam 1 milhão. Não podemos fazer, por exemplo, o que o Figueirense fez com o Loco Abreu, pagar 250 mil por mês para ter o jogador em três ou quatro jogos e não resolver, é complicado. E pensar em nomes de peso hoje não é certeza de nada. No brasileiro tivemos um exemplo antagônico. Chegou o Forlan no Inter,com todo mundo achando que ia arrebentar, e acharam que o Seedorf não ia conseguir jogar no Botafogo, e ocorreu o oposto. Seedorf jogou bem, virou ídolo, onde ele passava na Soccerex, por exemplo, era parado para dar autógrafo. E Forlan foi xingado, teve nome pichado em muro e daí para frente. E mesmo você pensando em termos de fazer um marketing com o jogador, isso dura pouco, dura um jogo, no segundo já não é novidade.

Palmeiras e Inter tiveram campanhas caras e Ponte, com orçamento menor, teve mais sucesso. Qual sensação isso traz?

As pessoas chegam e dão parabéns, mas a sensação não é de orgulho, é de andar com uma arma na cabeça. Este ano deu certo, no ano passado deu certo para outros, mas são clubes que ficam com a corda no pescoço, tem que acertar muito.  O Palmeiras gastou oito milhões por mês só com elenco, sem contar comissão técnica, e fez um campeonato pífio. Então em vez de orgulho, lamento a diferença que fazem entre os times. Se houvesse um padrão igual para todos, ninguém questionaria, ficaríamos mais tranquilos. Esse desequilíbrio em termos de cota tem que mudar.

Apostas

O jogador sempre vai olhar para onde tem a melhor possibilidade financeira, trabalha com prêmios também, avalia chances de título. Veja, o Guilherme saiu daqui na semifinal do Paulista e hoje disputa um mundial. Se ele entra e faz um gol que define o título, é ídolo pro resto da vida. São chances que o atleta percebe e podem mudar as vidas deles. Queremos oferecer estas chances na Ponte também. Hoje a Ponte é quinta força do estado, você não percebe outra força no Interior, os times estão acabando, a força concentrou na Ponte e isso não é fácil também, a caminhada dura. Veja, se a Ponte caísse neste ano, sairia de cotas de 18 milhões para 2 mi. Como montar um time com 2, contando passivo e despesas? O Sport caiu pra série B, mas vai disputar com cotas de 25 milhões, então se equaliza. Nós temos expectativa de melhorar nossa cota, conversamos com a Globo e estamos bem encaminhados, mas não temos certeza ainda. E também há outro aspecto complicado em transmissões de TV: a visibilidade em jogos à noite, por exemplo, quando você não está no horário de maior destaque, atrapalha negócios do marketing. No Paulista, dizem que somos a paixão do SporTV, mesmo assim, é um canal fechado. Isso é um complicador.

O que esperar para 2013

Um ano melhor do que 2012. Um time competitivo, com chances reais de conquista de título e bons desempenhos. E o início de projetos que já acalentamos há tempos, como a Arena Ponte Preta, que está efetivamente caminhando para sair do papel em 2013. Os tratores já estão com os motores ligados para começarmos assim que saírem os avais da prefeitura, tivemos um grande apoio do prefeito Pedro Serafim e já contamos com o apoio do prefeito Jonas, que está inteirado sobre o projeto e sua importância para a cidade.

2 comentários:

any borges disse...

gostaria de trer informações sobre o time de base sub 17. Quem é técnico? O q o Donizete faz no clube? Esse Donizete está buscando novos reforços para as categorias de base?

any disse...

POR FAVOR, ESTOU AGUARDANDO RETORNO SOBRE MINHA PERGUNTA SOBRE O DONIZETE, É MUITO IMPORTANTE